Aurel Devil mostra que veio para ficar

O DJ e produtor francês “Aurel Devil” em sua rápida passagem pelo Brasil, recebeu a equipe do PLUGtronic no hotel em que ficou hospedado, em São Paulo, e concedeu uma entrevista exclusiva pra gente – Confira.

deviO francês Aurelien Lemaire, conhecido pela alcunha de “Aurel Devil” em sua rápida passagem pelo Brasil, recebeu a equipe do PLUGtronic no hotel em que ficou hospedado nos Jardins, em São Paulo, e concedeu uma entrevista exclusiva contando um pouco mais a respeito de sua historia, sua música e sua vida como DJ. Confira, na integra quem é e o que pensa Aurel, num bate papo descontraído que expõe a ótica de um cidadão do mundo, apaixonado pelo que faz – Confira:

1. Conte-nos a respeito do inicio de sua carreira, e como foi sua trajetória.
Aurel Devil: Eu comecei a tocar por volta de 2002, e aprendi a tocar sozinho. É um pouco difícil no inicio, mas após alguns anos e muito treino, entendi como tudo funcionava e as coisas foram acontecendo. Eu ia para as festas de alguns amigos, pedia para tocar, e aos poucos as pessoas foram me indicando, conhecendo meu trabalho. Tocava em alguns bares, em festas pequenas, de amigos, conhecidos, e dia após dia tudo foi fluindo, até chegar aonde estou.

2. Mas você escolheu tocar em clubs GLS, ou foi algo que simplesmente aconteceu? (Aurel Devil foi a grande estrelado no sábado 22 de março da The Week Club, o maior club GLS da América Latina)
Aurel Devil: Na verdade eu não escolhi. No início eu tocava tanto em clubs hetero quanto para gay clubs (um pouco mais para clubs hetero a principio). Mas, minhas músicas tiveram grande aceitação entre o segmento gls, e o que acontece hoje é o inverso, mas ainda assim, não faço distinção nenhuma, e toco para ambos os gêneros.

3. Como você descreve suas músicas e suas produções?
Aurel Devil: Bom, acho tem um pouco de house com bastante energia, algumas batidas tribais, e eu adoro fazer novos remixes e mash ups de hits comerciais como Lady Gaga e outros artistas desse segmento. Eu amo colocar uma boa dose de energia nos meus sets, isso é o que eu quero, porque eu estou focado mesmo nas pistas.

4. Então, suas músicas, apesar de advirem de uma base comercial, são feitas para as pistas?
Aurel Devil: Está no meio, entre o comercial e o house progressivo.

5. Conte-nos um pouco sobre as suas inspirações.
Aurel Devil: Uso um pouco do meu feeling para pesquisas. Sabe, quando você toca, é como se contasse uma história, e cada música selecionada traduz uma emoção diferente, que se reflete nas pessoas, e tudo isso são minhas inspirações. Quando opto por uma música, penso: “Essa música traduz esse ou aquele tipo de emoção.” Eu não tenho um ídolo em específico, mas admiro muitos artistas e produtores. Sou bem eclético, e escuto desde pop, R&B, dubstep, música clássica… Para um Dj é bom mixar tudo. Quando era mais novo, uma pessoa que me marcou foi Sven Vath* (o alemão que é ícone da cena underground desembarca no dia 29 de março no paulistano Clash Club, para comemoração dos 7 anos de existência da casa), Green Velvet e, sim, eu tenho muitos amigos DJ’s que são da cena underground! (rs)

6. E quais seus planos para o futuro?
Aurel Devil: Eu não penso muito no futuro, concentro-me mais em viver dia após dia. Espero continuar a viver do que gosto, que é a música, e é o que me mantém motivado.

7. Existe alguma festa ou algum festival em específico que você sonhe em tocar?
Aurel Devil: Sim, claro. As festas do Circuit Festival* (para quem não conhece a Circuit Festival acontece na cidade espanhola de Barcelona, e é considerado o maior do segmento GLS do planeta) são incríveis, com quinze mil pessoas ou mais, então, dá pra imaginar o sentimento de tocar para tantas pessoas simultaneamente… A melhor com certeza seria a Tomorrowland* (unânime entre todos os amantes de música eletrônica), então… quem sabe? Estou na torcida!

8. Qual a diferença de tocar para os brasileiros e para o resto do mundo (vale lembrar que esta é a quarta vez que ele passa por aqui)?
Aurel Devil: No Brasil, o ponto positivo é que as pessoas sentem a emoção da música. Na Europa por exemplo, as pessoas estão mais preocupadas com as aparências e todo aquele bla bla bla na pista… No Brasil, as pessoas vivem a música. Se elas não gostam, elas demonstram isso, e se gostam elas dançam, pulam, vibram, cantam, e é exatamente essa sensibilidade que me deixa apaixonado pelo Brasil.

9. Você prefere tocar por pouco tempo, ou prefere realizar performances mais longas?
Aurel Devil: na verdade, acho que 3 horas em uma performance é um tempo bom, pois eu consigo demonstrar tudo o que quero para a pista… Apesar de eu ter me apresentado em menos tempo ultimamente, acho que esse seria algo ideal, já que, através da música, eu conseguiria desmembrar diferentes tipos de sentimentos para o público.

10. Você prefere tocar para poucas pessoas ou para multidões?
Aurel Devil: Eu não faço nenhum tipo de distinção. Pra mim, o importante é entender como quem está a minha frente irá receber meu som, então, tanto faz se serão para 50 ou 5 mil, a pressão será a mesma, e eu com certeza sempre irei fazer o meu melhor para aquele momento ser inesquecível.

11. O que você mudou em sua mentalidade ao longo desses 12 anos de carreira?
Aurel Devil: A mudança que mais notei está relacionada ao nível de stress. Quando eu comecei, parecia que estava tudo bem, e depois de 20 minutos tocando, eu começava a ficar muito estressado, me sentia pressionado, mas a experiência que agrego fez com que isso fosse mudado ao longo dos anos. Hoje eu me sinto menos estressado, e tenho mais controle de tudo durante a performance, já que fico muito mais concentrado, me sinto “profissional” (rs).

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