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Vergonha é não falar de Drogas

Então…

Já ouviu falar de RD, Redução de Danos? É uma “política” com vias ao uso consciente e seguro de toda e qualquer substância, cuja premissa é a da liberdade do Ser Humano enquanto indivíduo responsável por suas próprias escolhas e sabedor de suas capacidades.

Gostaria de deixar claro que você pode falar de “RD” ou viver em “RD”, tudo depende do grau de conhecimento que você queira ter sobre o funcionamento do mundo a partir da química.

É tipo Walter White mesmo. Você manja dos “cooking”, pah, “quanto tempo no microondas”, seiquelá… Mas o que é “dose segura” para cada um? Como saber ler os sinais do próprio corpo em quando se está em estado de consciência expandida? Porque nós precisamos falar disso?

Antes de mais nada quero assumir posição em prol da descriminalização da cannabis. A cultura cannábica remonta rituais shivaistas milenares, dentro da religiosidade hindu. Foi de lá que veio o nome “Ganja”, sugestionando a ligação com o Rio Ganges, que verte dos cabelos de Shiva, no Monte Kailash, símbolo fálico da deidade masculina, parte da “trindade hindu”. Na Etiópia a cannábis também é utilizada como via de aproximação do ser criado e seu Criador: Jah, contração de “Yehudah” ou “Leão da Tribo de Judá”. Enfim… além do mais o processo de consumo, manufatura, preparação, é um dos mais naturais conhecidos entre os herbários. Ou seja: é colher a flor, secar e dixavar.

Essa informação que trouxe acima também é considerado “RD”. Toda informação que te habilite a compreender melhor tudo o que se sabe sobre determinado elemento e quais as relações sociais que se estabelecem em torno deles, melhor.

Por exemplo: porque falar da descriminalização da cannabis é necessário? Quais as implicações sociais em debate?

 

Contexto Social

Quando falamos em “maconha”, lembramos de: traficante! Sim, amiguinhos! (voz do Dollynho). Falar em traficante é falar de? Crime. Crime é coisa de? Bandido. Lugar de bandido é na? Cadeia! Pronto. Entre você e “Marcola” a diferença é de uma parede de concreto… mental. Falar de RD sobre a Cannabis é lembrar que descentralizando os mecanismos de produção e logística, quebra-se uma das principais bases mantenedoras da sustentação do tráfico organizado: o capital oriundo das plantações, processamento, distribuição e venda da flor da Cannabis. Sem esse monopólio, o tráfico veria sua receita despencar sem que houvesse necessariamente um aumento expressivo de usuários, afinal todo o lucro já é de um mercado estabelecido. Só transferiria a receita diretamente ao produtor, através do qual se pode também confirmar e assegurar a qualidade e saúde da planta; as propriedades de concentração de determinadas moléculas através de engenharia genética; ecologia correta do período produtivo natural, visando a melhor harmonia e manutenção de todo um ecossistema.

Contexto Científico

Já se sabe que o “CBD”, sigla pra “cannabidiol”, óleo extraído da Cannabis é que tem apresentado resultado positivo em vários aspectos terapêuticos de outra variedade de anomalias funcionais orgânicas.

Outro exemplo: se pra toda criança diagnosticada com TDA, aka hiperatividade, fosse tratada com CBD e não Ritalina (essa sim viciante, mas vou deixar pra tratar sobre ela, quando for hora da Rita; ainda tem Gisele, Keyla, Tábata, Bárbara, Cristina, Maria Clara afff… mulherada em peso, as pesada!)… as crianças conseguiriam controlar melhor seus processos mentais e não apenas redução a frequência de sinapses através de introdução de elementos químicos inibidores ou estimulantes do sistema endócrino, ou seja, que transforma o que a gente come em hormônios, que são elementos químicos que são absorvidos por outros pequenos órgãos receptores e secretores no cérebro, por exemplo: hipófese, hipotálamo, pineal, e literalmente moldam nossa percepção do mundo e constroem a realidade a partir de um mecanismo dentro desse sistema que transforma essas sensações (informação captada do ambiente através dos sentidos e veículos sensitivos) em sentimentos (resposta química que pode regula a quantidade de serotonina e endorfina experimentamos em determinado momento; é o que faz a gente gostar, ter prazer), e então em emoções, que são as respostas físicas para a relação que nosso cérebro faz entre as lembranças de momentos que nos deram prazer, nossa auto-estima, as necessidades do momento, auto-estima do momento, situação social geral, e BOOM! Virou ação.

Contexto Individual

Te chamar pra gente aprender junto é meu desafio, porque nunca se sabe tudo e sempre se aprende mais quando se compartilha informação. E aqui gostaria de ter um papo mais reto, filosófico mesmo, sobre as questões relacionadas com a experiência de expansão da consciência mesmo, pra que se entenda que a “brisa” não é bem uma brisa e sim uma forma de retroalimentação do cérebro enviando dados do inconsciente para o subconsciente, esperando que expandamos nossa percepção da Consciência ao ponto de captar essas mensagens e nos integrarmos cada vez mais enquanto seres que pensam, homo sapiens.

 

Isso que é Redução de danos: falar sobre a questão da saúde de quem quer usar, dosagem segura, mecanismo de vício, entendimento do tratamento desintoxicante e psico-social de um adicto (é a pessoa que condicionou uma sensação positiva e uma emoção positiva a uma ação, nem sempre positiva individualmente ou coletivamente,objetivando o prolongamento do seu estado de prazer) e quais as práticas positivas e negativas do que mais se encontra por aí.

Que não se confunda com apologia, porque não defendo as “dorgas”. Elas são fortes o bastante pra se defenderem sozinhas sempre que alguém entende e busca o caminho consciente de experimentar a existência em toda sua potencialidade, ficando ao indivíduo, o legado de buscar toda fonte de sabedoria para que a liberdade seja vivenciada em plenitude, sabedor das responsabilidades em relação ao conhecimento e as deficiências na sociedade em que se faz presente.

É aí que entra a pegada filosófica, tipo: já ouviu falar de umas paradas que aumentam a “inteligência”? Sabia que com as colegas ali de cima dá pra você experimentar um Boom! de “inteligência” se estiver consciente e no controle do processo mental durante a ação de determinado psicotrópico?

Ou você não sabia que Freud curtia uma linhazinha? Aliás, recomendava como tratamento para o baixo desejo sexual. “Aí é Freud!”, tendeu? 😛

Então quero te convidar pra gente trocar essa idéia, porque se fosse pra dar aulinha, você ia assistir os programas do Discovery Channel que tem no YouTube, néam?! 😄

E na real, adoraria que pudéssemos trocar experiências. Isso vai ser importante pra quem quiser continuar as pesquisas num outro campo de entendimento dessa pegada toda.

Por hora é isso.

Penso, logo existo … Viver é melhor que sonhar!

Chama no probleminha…


Fontes:
ACUCA – Associação Cultural Cannábica do Estado de São Paulo
RENCA – Rede Nacional de Coletivos e Ativistas Antiproibicionistas
www.maryjuana.com.br

Hector Souza

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Hector Souza

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