Um encontro inédito entre música regional, eletrônica e erudita – YAMÍ

YAMÍ lança álbum de estreia. Duo formado por Federico Puppi e Marco Lobo forma um encontro inédito entre música regional, eletrônica e erudita.

YAMÍ lança álbum de estreia. Duo formado por Federico Puppi e Marco Lobo forma um encontro inédito entre música regional, eletrônica e erudita.

Uma harmonia improvável a partir da fusão de ritmos regionais afro-brasileiros, música erudita e a contemporaneidade da música eletrônica. Esta é uma entre diversas definições possíveis para o álbum Yamí, disco de estreia do duo de mesmo nome. O primeiro álbum da dupla formada pelo celista italiano Federico Puppi e o percussionista baiano Marco Lobo chega às plataformas digitais em 10 de outubro. A produção marca o encontro entre dois instrumentistas virtuosos, que juntos escrevem uma nova página na vanguarda da nossa música.

Yamí é o resultado de um mergulho profundo nos sons, ritmos e simbologias da música de três continentes. Raízes da música regional brasileira se fundem a sonoridades vindas da África e Europa nas 7 faixas que compõem o disco. E isto fica muito claro logo no abre-alas do álbum. Em “Baião da Onça” o cello e a bateria eletrônica de Federico se juntam a uma verdadeira orquestra percussiva de Marco Lobo, formada por zabumba, triângulo, berimbau, tambor de onça, gungas, caxixi, sinos e cowbels. É só o início de uma jornada sensorial, surgida a partir de experiências e pesquisas musicas vividas ao longo de décadas, como define Federico Puppi.

“A inspiração para a criação do álbum foi o resultado de uma vida em contato com diversas manifestações musicais. Ainda pequeno, na Itália, convivi com muitos povos imigrantes, especialmente da região mediterrânea, que traziam consigo sua sonoridade. Estas trocas me marcaram muito. Depois, vivendo no Brasil, as viagens e turnês pelo interior do país me proporcionaram contato com as raízes da música e da cultura brasileira . Estas referências foram espontaneamente se unindo nas nossas cabeças. O álbum surgiu a partir da vontade de apresentar uma experiência sensorial, capaz de mexer tanto com os corpos quanto com a mente, exatamente como fazem os ritmos e gêneros regionais daqui e de outros continentes”, afirma o celista.

Marco Lobo detalha o processo de criação do álbum. “Durante um ano de shows no Brasil e exterior fomos buscamos uma sonoridade que misturava elementos que nos encantam e nos remetem a nossas ancestralidades. Encontramos na fusão do eletrônico e do violoncelo com o atabaque, berimbau, gungas, caixas e diversos instrumentos percussivos, uma forma de falar musicalmente sobre as nossas raízes e tentar tocar o público através da arte”, aponta o multi-instrumentista.

Captura de Tela 2019-10-10 às 12.07.29Após uma abertura de tirar o fôlego, o álbum segue com “Bah’li”, em parceria com o músico camaronês Njamy Sitson, que também empresta sua voz à música. A canção composta no dialeto Medumba, do interior de Camarões, se une ao sotaque percussivo baiano, até encontrar um caminho eletrônico que a acompanha até o fim. Em seguida chegamos a “Marrakesh”, a terceira faixa do álbum traz forte influência e sonoridade mediterrânea, tanto da África quanto da Europa, com forte presença do kora, instrumento de cordas típico da África.

“Siroco” é a quarta faixa do álbum. O nome é originário de um fenômeno climático que passa por territórios que inspiram a criação artística de Yamí. Siroco é uma corrente de vento, que cruza o deserto do Saara, atravessa o Mediterrâneo, até chegar aos Alpes da Europa. A canção promove o encontro entre melodias mediterrâneas com o samba de roda e a capoeira da Bahia.

Na faixa-título do álbum, o Yamí conta com a parceria da cantora maranhense Rita Benneditto, que não apenas compôs a letra e canta na faixa, mas foi responsável também por batizar o duo. A faixa revela a conexão entre a potência e afinação vocal de Rita, com ritmos indígenas e a tradição do bumba-meu-boi maranhense. O álbum desacelera com a chegada de Nkoni que, também com participação de Njamy Sitson, traz um ritmo mais lento e contemplativo à obra.

O gran finale fica por conta de “Dança do Fogo”. Após uma introdução acústica, a faixa se encaminha a um apogeu eletrônico, com referências tribais do Brasil e além-mar.

Ouça Yamí nas plataformas digitais: http://smarturl.it/YamiAlbum