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Review – TimeWarp surge para dar novo fôlego aos festivais no Brasil

Conforme já havíamos anunciado aqui no PLUGtronic, o Time Warp, festival dedicado especialmente em techno e suas vertentes, desembarcou em São Paulo, no parque Anhembi, para uma estreia excepcional. 2018 não foi um ano fácil na cena eletrônica – com eventos escassos devido à crise financeira instaurada no país, contamos nos dedos de uma mão os poucos que realmente valeram, e chegamos a conclusão que apenas 3 fizeram jus ao primeiro lugar: o D-edge Festival, em abril, o Diynamic Festival, em outubro, e agora a edição brasileira do Time Warp. Ambos com propostas bem definidas porém distintas, a cena house – deep – tech – underground foi representada em grande estilo, e quem ganha é só o publico. O Warp, em especial, contou com uma localização de fácil acesso, zero filas tanto para entrada quanto para consumo, área de alimentação, e música, muita música boa!

Na sexta feira, nos dedicamos ás sonoridades da pista outdoor, cuja estrutura com laterais em conteiners dava um ar industrial, no melhor estilo Berlinense. Destacamos inclusive as apresentações da clássica house music de Detroit, marca registrada de Derrick Carter, e do The Martinez Brothers, cuja influência musical brasileira foi uma grande homenagem aos nossos ouvidos, com versões inclusive do hino “Mas que Nada”, de Sergio Mendes.

Enquanto isso, na Cave 2.0, onde a cenografia foi um show a parte, no estilo underground alemão, o techno cravou suas raízes e nos deixou boquiabertos. Uma tenda totalmente forrada, gigantesca, sem falhas nem gambiarras aparentes, com bares bem situados e muito calor humano. E de calor, alias, Amelie Lens entende bem: em sua estreia no Brasil, a gringa fez com que a pista viesse abaixo, num techno quase hard, em que sua energia era vertiginosamente emanada ao publico.

Imagens por ImageDealers

As mulheres, muito bem representadas nessa edição, criaram um espetáculo como poucas vezes presenciamos em festivais – no primeiro dia, além dela, outro grande nome honrou as raízes do techno. A russa Nina Kraviz, que está nas festas mais descoladas do planeta, incluindo uma performance ultra chic dentro da Torre Eiffel em Paris, castelos no Norte Europeu e uma linha exclusiva da RayBan com sua assinatura, ela é o estereotipo de mulher elegante sem nunca perder a postura. Tocou apenas para incendiar a pista, e elevar gritos aos extremos.

@Image Dealers

E, para encerrar a Cave, no primeiro dia ainda vimos Joseph Capriati, italiano sem qualquer tipo de afetação, que nos abraçou com super bass até o raiar do dia – do lado de fora, o sol espancava sem dó – e fez com que a expectativa fosse ainda maior em relação ao segundo dia. Porém, seguimos firmes e fortes, e o segundo dia foi excepcional! Ao entrarmos (confusos ainda com o inicio do horário de verão – afinal, é meia noite ou uma da manhã?) demos de cara com a DJ Anna – nossa rainha, de cabelos pretos e lisos, tocou tracks suas, pelas quais a pista reagia vigorosamente (quase não a deixamos sair, gritando FICA, FICA, FICA!). Com certeza a brasileira está em sua melhor fase: consagrada e reconhecida, torna-se inspiração para que tantas outras, sejam autênticas como ela

@Sigmaffotografia

Após a apresentação de Anna (afinal, se existe uma rainha, é necessario também um rei), entrou PAPA Sven, como é carinhosamente chamado Sven Vath. Numa apresentação perfeita em todos os sentidos, um dos precursores do techno que, em 1998 trouxe sua musica aos holofotes na Love Parade europeia, com mais de 30 anos de carreira e 54 de vida, mostra que excessos do século XXI não fazem parte de sua trajetória. Com repertorio clássico e viradas perfeitas, sua técnica fala por si só, e nos faz entender que a experiência e o comprometimento com a qualidade são diferenciais que a idade apenas aprimora. Foram apenas uma hora e trinta minutos, que poderiam ser 3, ou 4, ou 5 horas. Papa é, e sempre será, certeza de boa música e grandes momentos!

Após Sven, Maceo Plex também tem seu mérito, afinal segurar uma pista depois do Papa não é fácil. Porém, o americano se semblante suave, cumpriu com louvor sua tarefa até o nascer do Sol.

Uma grata surpresa foi o encerramento na pista outdoor por Kolsh. O dinamarquês, cuja linha house classic, com batidas seguras e bem definidas, fizeram nos questionar porque esses dois dias demoraram tanto a chegar, e passar num piscar de olhos. O Time Warp veio pra ficar de vez – sucesso de público, organização impecável e boa música, MUITO BOA MÚSICA! Vida longa aos eventos que trazem frescor e qualidade a São Paulo, Vida longa ao TIME WARP BRAZIL!

PS: além na cobertura no site, também registramos vários vídeos dos melhores momentos do festival no Instagram, aba TIME WARP BRAZIL. Para acessar, clique aqui.

Carina Garcia

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