"Soul" Jazz… e você?

Corinne Bailey Rae – 4 de novembro em São Paulo, no Via Funchal

Quero aproveitar a licença poética para usá-la de forma regional aos habitantes dos estados do sul e sudeste do Brasil que nestes últimos dias tem desfrutado de uma onda de frio considerável e agradável que nos inspira e nos faz pensar na maldade que é estar solteiro neste momento de frio em que o que mais queremos é alguém ao lado para compartilhar esse “coold time”.

Imagine esta cena: você está no 12º andar de um prédio de qualquer cidade cosmopolita; é noite, está frio e em seu apartamento existe apenas um abajour ligado que lambe languidamente as formas e deita sobre você uma luz mole e reflexiva, enquanto um incenso qualquer queima ao lado de uma taça de vinho tinto demi-séc ou um copo de scott  “on the rock”. Você está deitado na varanda, largado e jogado numa espreguiçadeira tendo sobre si uma manta que provavelmente foi sua mãe que lhe deu. Olha então para o céu noturno e vê as luzes da cidade e pontos coloridos azul e vermelho dos aviões e helicópteros passando de um lado a outro. Seus pensamentos são furtivos e fugidios…

Essa é a aura que melhor podemos descrever como o cenário perfeito para ouvir um cd de Corinne Bailey Rae.


Corine é uma inglesa de 31 anos, a mais velha de 3 irmãs, que começou a carreira como vocalista e compositora de um banda indie que formou com algumas amigas quando ainda tinha 15 anos. Mas foi no ano 2000 que junto à graduação em Literatura Inglesa, trabalhando na chapelaria de um clube de Jazz na cidade de Leeds, ela subia ao palco nos dias de menor movimento do clube para dar uma canja com a banda: “Eu ficava ouvindo jazz e soul e descobri que adorava música também.(sic)“, diz a cantora. E foi nessa época que conheceu seu marido, um saxofonista escocês, Jason Rae, tendo deixado-a viúva em 2008 quando foi encontrado morto por uma overdose acidental. Nenhum grande artista tem uma vida e história tão fácil assim. Há sempre inúmeras e imensas curvas na estrada de qualquer um que se aventure pelos caminhos do estrelato.

Em 2006 foi apresentado ao público e ao mundo seu single “Like a Star” – uma letra incrível e apaixonante.

E foi com essa canção e outras como “Put your records on” que o mundo conheceu essa negra de voz doce e vibrante, que traz em seu trabalho uma mistura de rock clássico estilístico puxado na mistura de Led Zeppelin com as influências que foram esculpidas em sua banda indie e o xilografismo do Jazz de Leeds.

A principal marca de Corinne, como cantora, é o profundo sentimento que põe nas letras de suas músicas, unido ao fantástico poder de encantar e prender o ouvinte. As músicas do Cd tem um toque de leveza, confirmado pela própria aparência angelical da cantora, mas que não foge de suas influências de Black Music, fazendo uma mistura de estilos sem se perder nos arranjos. A personalidade de seu trabalho se reflete em cada estrofe das letras musicais, que embora sentimentais, não pecam por excesso. (fonte: Wiki.com)

E o público brasileiro terá o prazer de ouvir Rae cantando nos dias 4 de novembro em São Paulo, no Via Funchal com ingressos custando entre R$150,00 e R$600,00, e no Rio de Janeiro em 6 de novembro, no Canecão e com ingressos de R$160,00 a R$400,00.

Para conferir a versatilidade da cantora assista a apresentação no Rock in Rio Lisboa de sua interpretação absolumente intimista para “Since I’ve been loving you” do Led Zep. Corra pra loja virtual mais próxima e já encomende seus cds, acenda o incenso, o abajour, abra as janelas, as cortinas e se entregue ao prazer de um bom som (sozinho ou acompanhado).