Fim de uma era • Dama de Ferro

O fechamento de um dos lugares com maior representatividade na cena underground do Rio de Janeiro, o Dama de Ferro.

Completou-se 20 dias desde o fechamento de um dos lugares com maior representatividade na cena underground do Rio de Janeiro, o Dama de Ferro. E a despedida não poderia ter sido de sido de outra forma que não em festa! E que festa? (risos)

A casa abriu à meia noite, como de costume, e, como eu moro ao lado, resolvi passar em frente logo no início para ver como estaria o andamento da tal despedida. O que vi foi a frente do clubinho já lotada e uma fila grande se formando na calçada, chegando à esquina da Lagoa. Então fui embora, voltaria mais tarde, afinal a festa duraria 12 horas. Isso mesmo! O Grand Finalle foi até o meio dia com um after classudo para ninguém se queixar!

Voltei por volta de 06h, achando que encontraria o local mais tranquilo, porém o que vi foi um Dama como a muito tempo não via. LOTADO! Gente saindo pelo ladrão. Logo na entrada fui informado que não tinha bebida (Isso mesmo, não tinha bebida) já que o giro de pessoas foi tão grande, mas tão grande que nem a melhor das previsões de Adriana Lima seria capaz de supor que tantas pessoas iriam prestigiar o último dia do clubinho que já foi a casa de 09 entre cada 10 cariocas antenados. Mas isso não apagou o brilho da noite, ou melhor dizendo, do dia!

Estavam entre os DJs que tocaram durante a noite, Bruno Correia e Breno Ung. Infelizmente não consegui ouvir o som deles, e nem da galera toda que tocou durante a noite, mas quem ouviu garante que fizeram um som de qualidade. Ouvi o final do som do Nepal, que por sinal estava bem bacana. Em seguida abrindo o after-hours tocaram Rafael RM2, que causou muito vestindo-se de mulher especialmente para o evento (amei), Gustavo Tatá que fez um som incrível e o mestre Maurício Lopes que dispensa apresentações. E digo isso com propriedade pois só quem esteve lá pode entender como um DJ consegue continuar tocando após uma pequeno de uma forma muito melhor do que já estava tocando. #Respect!

Este dia foi um daqueles bem nostálgicos, onde encontrava-se amigos e pessoas conhecidas que não se via a bastante tempo, elas se abraçavam, conversavam e dançavam como se não houvesse amanhã. E, vamos combinar? Realmente não haveria amanhã!

O que achei mais bacana foi que, apesar da superlotação, da falta de bebida (problema rapidamente contornado, já que em caráter excepcional os presentes podiam comprar bebidas do lado de fora, ao lado do clube) e do calor, ninguém tirava o pé da casa. Ninguém queria perder um minuto sequer daquela memorável noite. Ufa! Só de pensar fico cansado pois foi uma maratona. Faria tudo novamente.

Infelizmente hoje, ao passar pelo lugar, sinto um vazio. Como se faltasse algo. E falta mesmo! Afinal foram 10 anos de muita festa, música e pessoas na mesma siontonia. Por lá passaram grandes DJs, nasceram produrotes e muita gente que hoje frequenta a noite começou a dar os seus primeiros passos no Dama.

Me pergunto se que a noite do Rio está fadada a decadência e a falta cada vez maior de boas opções? Sinceramente, espero que não. Que fique aqui registrado o meu reconhecimento pela importancia do clube a Cena Carioca! Obrigado, Adriana Lima.

 

Foto: Cabbet Araújo

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