Madeleine Peyroux… você conhece? já ouviu falar? Não?
Ao contrário do que pareça à primeira impressão, não estamos falando de nenhuma francesa. Madeleine é americana, nascida no estado da Geórgia e filha das artes.
Digo “filha” já que seu pai era um aspirante a ator e sua mãe, professora de francês. Madeleine foi criada num ambiente voltado às artes no qual seus país encontravam na música uma forma de reunir a familia. Seus pais eram educadores hippies e excêntricos, segundo suas próprias palavras.
Com quinze anos Madeleine descobriu os artistas da Quartier Latin, onde integrou um dos grupos de rua que faziam arte livre e isso com apenas 15 anos. Aos 16 começou a excursionar pela Europa fazendo shows interpretando músicas de estrelas como Billie Holiday, Ella Fitzgerald entre outras e outros.
“A mais excitante, envolvente performance vocal feita por uma nova cantora no ano.” Revista TIME
Madeleine é uma típica artista, não deste que almejando os holofotes. É uma artista de verdade, com arte e som correndo nas veias e que deseja propagar essa cultura por onde puder. Além de abrir shows para Cesária Evora e participar de inúmeros festivais de jazz, como o Festival de Montreal, Madeleine recebeu o apelido de Billie Holiday do século 21, por seu timbre e interpretação serem bastante semelhantes ao de Billie. Porém, sabem como é vida de artista… Logo após a gravação de seu segundo álbum (o primeiro álbum foi Dreamland, de 1996) ela foi diagnosticada com problemas nas cordas vocais e também não se acertou com sua gravadora, o que a fez desistir do disco e resolveu então voltar a tocar nas ruas de Paris e em alguns cafés nos Estados Unidos.
Após uma série de situações inusitadas envolvendo sua nova gravadora, Rounder, Madeleine voltou aos estúdios em 2006 para gravar o álbum “Half of the Perfect World” e em 2009 foi lançado seu álbum só com músicas originais, “Bare Bones”.
(áudio da canção “J’ai Deux Amours”)
Madeleine Peyroux é daquelas artistas como a nossa saudosa Elis Regina: uma gente que não tem cadeias, não tem amarras, que faz arte pelo prazer de ser artista; não com a intenção de apenas vender, mas que tem uma arte a ser mostrada, uma mensagem a ser passada, tenha ela – a arte – valor monetário ou não. O que importa é o valor moral!
Madeleine é apaixonante, doce, agressivamente calma e não há como ouvir uma música como “J’ai Deux Amours” sem se transportar automáticamente para Sorbonne ou ao ouvir “Dance me to the end of love” ir parar em algum café intimista.