E agora? Mikonos!

Grande estrela do Arquipélago das Cíclades, a ilha mais famosa da Grécia é também a mais animada. No auge do verão, é invadida por uma multidão ávida por um lugar ao sol – de preferência, com música eletrônica…

Grande estrela do Arquipélago das Cíclades, a ilha mais famosa da Grécia é também a mais animada. No auge do verão, é invadida por uma multidão ávida por um lugar ao sol – de preferência, com música eletrônica, DJs badalados e modeletes dançando em cima da mesa. Ostenta também pelo menos mais dois adjetivos no currículo: eclética e liberal. Eclética porque acolhe desde os velhinhos desavisados que chegam de navio para passar o dia até o jet-set internacional. De mochileiros a milionários. De hippies a moderninhos. E liberal porque quase tudo pode. Pode fazer festa na praia? Pode. Até de manhã e com música bem alta? Pode. Pode nadar pelado? Pode. Homem pode beijar homem na boca? Pode. Mulher também? Também. E ninguém vai esboçar nenhuma atitude de reprovação ou sinal de preconceito. Mikonos tem uma personalidade muito própria.

A chegada à ilha é arrebatadora. Chora, a capital, está espalhada na encosta do morro com suas casas impecavelmente brancas, à beira de um mar de águas transparentes cheio de barquinhos. Qualquer uma das pequeninas ruas que saem do porto leva a um labirinto de vielas estreitas de casas geminadas e portas coloridas, buganvílias nas fachadas, roupas penduradas nas janelas. De repente elas se abrem numa pracinha com mesas ao ar livre. E seguem novamente, desafiando o senso de direção de qualquer um. Cada porta abriga uma loja, um restaurante, um bar. Para o viajante de passagem, uma categoria freqüente durante os meses de maio e setembro, quando a ilha se torna ponto obrigatório de parada de grandes transatlânticos, é essa a imagem que fica. Mas, para conhecê-la de verdade, é preciso desembarcar e entrar no clima.

A primeira providência para isso é acertar os ponteiros com o ritmo da ilha. Depois é só seguir o fluxo. O dia começa após o meio-dia, preguiçosamente. Aí o programa é escolher uma praia. As mais concorridas e badaladas se concentram na ponta sudoeste, onde baías recortadas formam enseadas de águas tranqüilas e absurdamente azuis. Para continuar no astral da noite anterior, que provavelmente não terá acabado há tanto tempo assim, o destino é Paradise Beach, uma faixa de areia dourada disputada por corpos sarados. À medida que o tempo passa, a música vai ficando mais alta, e antes de o sol se pôr já está todo mundo dançando com as mãozinhas pra cima. (Você gostou da parte dos DJs famosos e modeletes em cima da mesa? Aqui é o seu lugar). Super Paradise, logo ao lado, é para quem já está um pouquinho mais velho mas ainda não perdeu o pique.

Exagerou na dose? Vá curar a ressaca na tranqüila Paraga. E, se você está em família, seu lugar é Platys Gialos.

No fim da tarde, a muvuca volta para a vila de Chora e ruma para Little Venice, uma enseada de casinhas coloridas construídas em palafitas sobre o mar, aos pés dos moinhos. Dezenas de bares e restaurantes espalham mesinhas ao ar livre estrategicamente voltadas para a praia, onde o sol vai se pôr lá pelas 21h. O importante mesmo é conseguir um lugar no Veranda Café, que fica na ponta e tem o melhor visual da baía, no Galleraki, onde as bebidas são pequenas obras de arte, ou no Caprice of Mikonos, que consegue ser ainda mais concorrido do lado de dentro, onde a moçada se joga em lounges enquanto a música bomba no último volume e barmen acrobáticos preparam poções mágicas (ei, alguém falou em pôr-do-sol?). Little Venice é uma espécie de ante-sala da balada. O que vai acontecer dali pra frente só Deus (ou o diabo) sabe. Pode ser que o agito fique por lá mesmo. Que continue ao lado, em boates como a Space – mas isso só pelas 2h ou 3h da manhã. Ou pode ser que você tenha de voltar para a praia. É só seguir o fluxo…

FONTE: Revista Viagem | ed.Abril