O velho mundo novo

O segundo semestre enfim começou e com ele o verão europeu e suas sempre empolgantes festas no país templo das baladas: Espanha ou España! E eles realmente tem motivos de sobra para comemorar. Além de serem os campeões mundiais de futebol

O segundo semestre enfim começou e com ele o verão europeu e suas sempre empolgantes festas no país templo das baladas: Espanha ou España!  E eles realmente tem motivos de sobra para comemorar. Além de serem os campeões mundiais de futebol, o que faz com que qualquer nação comemore por anos, eles também tem a seu favor uma costa incrível com lindas praias e uma aura excepcional capaz de deixar os brasileiros se sentindo em casa, tamanha receptividade e alegria do povo espanhol.

Mas não falaremos da Espanha e sim de conquistas. E para começar não poderíamos ter um tema mais interessante quanto o Circuit Festival, que no dia 8 de agosto encerrou sua terceira edição com um público total de 55.000 pessoas de vários países, tornando Barcelona a capital mundial gay e lésbica e firmando importantes parcerias no mundo do entretenimento, uma conquista para a comunidade gay e para a economia local que lucrou cerca de $40.000.000 de euros na passagem das festas que não tiveram menos de 85% de ocupação, segundo os organizadores.

E nós brasileiros fomos muito bem representados por 3 djs:

Ana Paula – figura mais que requisitada em grandes festas internacionais por seu som, sua vibe e identificação com o público, simplesmente dispensa comentários. A gata é super, ultra bem quista na house music internacional e não pode faltar no line up de nenhuma grande festa que queira fazer sucesso. Ela é quase um “Midas”;

Paulo Pacheco e Leandro Becker – Djs residentes da THE WEEK -SP que se torna cada vez mais internacional. “Os djs Leandro e Pacheco foram os nomes que representaram o clube este ano. Becker encantou a todos com sua beleza e profissionalismo fazendo um set perfeito, alegre e vibrante. Já Paulo Pacheco, se consagrou como um dos melhores e mais competentes djs da atualidade e havia uma grande expectativa em volta de sua entrada nas pick-ups, sendo aplaudido por diversas vezes durante o set“, encerra Flávio Lima que acompanhou os djs na The Week Export, selo internacional do clube para suas viagens que já conta no passaporte com o carimbo da Espanha, Argentina, Estados Unidos e desenha-se um carimbo em Londres e Paris em breve, fazendo com que seja o projeto de maior sucesso na cena do entretenimento de casas noturnas no Brasil, o que lhe rendeu uma reportagem na Discovery Channel – canal pago da tv por assinatura – na qual é aclamada como um dos maiores clubes da América Latina.

Voltando a falar do Circuit Festival, eles não só promoveram festas. Houve também palestras sobre os últimos avanços nas pesquisas sobre o HIV, Bulling Gay, além de um festival de filmes temáticos gays, exposição de artes, fotos e moda. Vale lembrar que o Circuit Festival não é uma parada gay, e sim uma festa que abre a temporada do verão europeu e conta com importantes parceiros da Espanha e de outros países  e traz no comando das pick-ups nomes como Luca G, Rebeka Brown, Ultra Naté, Vanessa Klein, Issac Escalante, Offer Nissim, Peter Rauhofer, Stephan Grondin, Andre Vicenzzo, Antoine 909, Aron, Ben Manson, Enrico Arghentini, G-Martin, John Dixon, J.Louis, Lusky, Lydia Sanz, Marco da Silva, Micky Friedmann, Nacho Chapado, Pagano, Phil Romano, Sebastien Boumati, Sebastian Triumph, Taito Tikaro e Tommer. Ufa!

Com tantas estrelas assim é impossível ter menos do que 5 dias para curtir ao máximo os djs preferidos dos participantes. E por falar em Djs, qualidade de som e música… Alguns desses djs acima já daram seu recado na The Week, tanto em São Paulo, quanto no Rio de Janeiro e Florianópolis. E para continuar falando sobre energia, música e qualidade, nós fizemos uma entrevista com os djs Kiron e Guto Bumaruf, ambos da The Week-SP e integrantes do casting da 4X4 Agency. Temos a ousadia de chamá-los de “nosso Fremasons” pelo estilo chique de fazerem música e pelo house clássico e conceitual em alguns momentos.

No último texto falei sobre a difícil missão do DeeJay no que diz respeito a usar a técnica musical e obras de música clássica para enriquecer ainda mais as produções. Vamos falar agora sobre a técnica e escolhemos dois caras reconhecidamente surpreendentes no que diz respeito ao uso da técnica e, aliás, nos surpreendemos mesmo com eles. Confira na íntegra.

PLUGtronic – Há quanto tempo está nas pick-ups?

Guto: Desde 1995

Kiron: Bem, Comecei a discotecar em clubes no ano de 1994, minha fase preparatória foi entre 89/93, em festas de amigos e de sarais nos domingos.

PLUGtronic – Seus Sets são sempre técnicamente perfeitos. O que faz para aprimorar a técnica?

Guto: A técnica é aprimorada ao longo dos anos,  acho que o segredo  é proteger os ouvidos e evitar exposição antes de tocar e durante o volume de retorno e fone não estar muito alto; isso conta muito.  Antes de descobrir que iria para carreira de Dj estudei música durante alguns anos:piano, violão, guitarra e baixo; não cheguei a me aprimorar mas acredito que me deu maior visão e amplitude do horizonte musical.

Kiron: Nada! Eu apromiro ao vivo. A cada set realizado, um degrau avançado. Acredito que todo felling que adquiri foi discotecando nestes 16 anos. Última vez que me lembro de ter usado CDJ ou toca disco na minha casa foi com a Grá – também DJ da The Week –  no curso particular há alguns anos… Realmente, acho que esta perfeição que você cita é tempo de carreira.

PLUGtronic – Qual o maior desafio em ser DJ?

Guto: Me superar a cada apresentação, conquistar o público a cada dia mais, tocando aquilo em que eu acredito.

Kiron: Não me sinto desafiado nas cabines e perante as pistas. Creio que a maioria dos deejays amaria trabalhar período diurno com a música. Este é um desafio, para vencer ele custa caro e poucos conseguem sobreviver a esta fase do jogo.

PLUGtronic – Quais as coisas que te aconteceram até hoje que mais marcaram tua carreira?

Guto: Já ter tido oportunidade de tocar nos principais clubs voltados para a cena eletrônica. Ter me apresentado ao lado dos principais nomes nacionais e alguns internacionais de grande importância e, claro… agora a residência na The Week, já está sendo motivo de grande colheita.

Kiron: Passar a usar nome Kiron e apartir daí não ficar mais um mês inteiro sem discotecar. Porém, o que mais marcou a minha vida profissional foi o Grupo The Week.

PLUGtronic – Desde quando está na The Week? Quando começou sua carreira?

Guto: Assumi a residência na TW SP a uns 6 meses, mas já tinha tocado outras vezes lá desde seu início. Começei minha carreira de DJ profissionalmente por volta de 1995 na inesquecível Rua Franz Schubert, onde passei por alguns dos Clubes que ali existiam entre eles foram Biosphera, Refinaria e La Ibiza por lá fiquei cerca de 6 anos…

Kiron: Já estou na estrada há 16 anos, comecei a discotecar em clubes no ano de 1994, minha fase preparatória foi entre 89/93, em festas de amigos e de sarais nos domingos e churrascos com deejays locais. No dia 08 de agosto completou 1 anos que estou ao lado do Grupo The Week e discotecando nos sábados em São Paulo.

PLUGtronic – Qual a diferença da noite Hétero e a noite Gay, na tua opinião?

Guto: Nos dias de hoje os clubs voltados para cena eletrônica estão tão mix que fica difícil responder, penso que esse estereótipo deve acabar. Mas sem dúvida o público gay é muito mais animado!

Kiron: O público e a música em geral são legais, clube hetero é um prato cheio… Mas, profissionalmente falando, na boate hétero pessoas vão pra aparecer, na boate gay as pessoas vão para se divertirem. Penso assim, por isso toco para o publico GLS que além de apreciar de verdade o som dos deejays sabem o nome de todas as músicas, artistas e se vacilar, que label a track foi lançada.

PLUGtronic – O que não pode faltar no seu set como marca registrada?

Guto: Batidas fortes, grooves marcantes e doses contínuas de swing.

Kiron: A minha presença é lógico (risos) e, musicalmente falando, os meus mixtapes da coleção ” House in Your Life” são super conceito… tudo músicas novas, algumas nem lançadas no mercado. Já ao vivo, eu me adapto a outra pegada. Na pista não pode faltar pop dos anos 80, remix ou não, tem que constar.

PLUGtronic – Abrir a noite é um desafio para qualquer dj já que o público espera as principais musicas serem executadas, o que faz com o que o primeiro a se apresentar tenha que mostrar um outro trabalho, inovador, exclusivo e criativo. Como você faz para manter o público sempre com você?

Guto: Olha o fundamental é não ter ansiedade, e para começar bem a noite não é preciso hits de cara. Vivemos um momento de tanta fartura musical. Gosto muito de abrir a noite seja onde for. Penso que você acaba deixando a sua impressão digital para noite; eu particularmente começo a noite com House mesmo e vou crescendo à medida que público vai chegando e respondendo que quer mais, afinal é ele quem manda!

Kiron: Discoteco para ele! Eu assisto as pessoas chegando e consigo sentir o que elas desejam ouvir. Nunca fiz um set list. Acostumei a manter os meus sets com minha identidade que chamo de “flexivel” porque me adapto rapido ao público e geralmente consigo ficar com uma boa parte da pizza. Graças…

PLUGtronic – Qual tua maior conquista e teu maior sonho profissional?

Guto: Pretendo voltar a estudar música para dar início profissionalmente a produção musical. Dar continuidade a minha carreira, abrir mais datas na agenda para viajar o país todo e quem sabe o mundo. Nesse universo não existe nada fixo; as coisas vão acontecendo e o principal é manter os pés no chão vivendo um dia de cada vez. Humildade, ética e respeito!

Kiron: Conquistas eu, graças à Deus, tenho diariamente. Como deejay realmente é ter entrado para o GrupoThe Week e meu sonho é concluir meus estudos de música eletrônica e construir meus estudios de audio e video.

PLUGtronic – A maior alegria e a parte menos legal em ser DJ?

Guto: Sem dúvida a maior alegria é a resposta e o carinho do público na pista; é como se todo o mundo se resumisse ali.  Parte chata? Sei lá …. Cancelarem seu vôo na volta para casa, acho isso péssimooooooo!!!!!!!!

Kiron: Discotecar e ver que as pessoas estão felizes naquele momento. Quando acaba o set geralmente estamos cansados.

PLUGtronic – Já que estudou música de que formar outras vertentes musicais influenciam teu trabalho?

Guto: A Música é mutante e se observarmos muitas vezes existem um pouco de outras raízes em vário gêneros, embora ela viva se transformando, renovando e reciclando uma regra é certa: tudo vai e volta. Posso dizer que me sinto influenciado pela era Disco e Garage dos anos 90. E acredito o que mais pesa através do conhecimento musical é o sentimento maior de liberdade assim você acaba explorando melhor os recursos, trabalha com sicronia de tempos, além de sentir-se muito mais seguro no que está fazendo.

PLUGtronic – Você acredita que para ser DJ é preciso ter formação musical além de unicamente gostar de música eletrônica?

Guto: Não acredito nisso, mas precisa conhecer o mínimo, mixar em si é o mais fácil.


Agradecemos aos dois pela gentileza e atenção em nos atenderem. E aguardem mais novidades e mais entrevistas para conhecer ainda mais o que é o trabalho de quem se compromete em te trazer os melhores momentos e te fazer viajar no som. Para fechar, um vídeo da apresentação do Top Dj Offer Nissim na the Week no ano passado e que se repetirá no aniversário do clube neste ano enquanto que, na semana que vem, Maya, a parceira de Offer N. se apresentará na Flexx. Agosto e Setembro se mostram meses imprescindíveis aos amantes da música eletrônica.

KIRON


Silvio Pohlmann em 1994 começou a se apresentar em clubes e festas. Seus sets sempre bem elaborados, garantiram a primeira residência quinzenal, na Luna-Luna Disco, entre 1995 e 1997. E, Logo estava na Rádio Atlântida FM e Transamérica FM, discotecando nas festas das rádios. Em 2002, Silvio mudou-se para São Paulo e, começa a usar o nome Kiron.. Com sua técnica apurada, passou a discotecar como DJ residente no Ultralounge de 2004 até último dia da casa. Em 2007 discotecou na temporada de verão no clube The Week International Florianópolis e São Paulo. Com alguma bagagem ,o deejay se mantem firme na noite paulistana, atuando nos principais clubes da cidade.

Guto Bumaruf


Tocando desde 95, Guto vem crescendo na cena club paulistana por seus sets recheados de batidas fortes e swingadas, grooves vibrantes e técnica apuradíssima estando sempre em sintonia com o que há de mais atual e descolado no momento.