2 B a DJ: a arte por trás do homem.

Confira a conversa que tivemos com Pacheco sobre Música Clássica e Música Eletrônica, já que há tantos por aí que defendem ferrenha e cegamente que a música eletrônica não passa de uma falta de compreensão do que é a arte musical.

Paulo Roberto Pacheco, para alguns o “Pachecão” ou apenas “Pacheco”.  Quem é Paulo Pacheco?

Um cara calmo, introspectivo, quieto. Presto atenção a tudo e a todos antes de me sentir à vontade. Respeito é bom e eu gosto. Tenho pavor de gente dissimulada, mentirosa e que acha que beleza e bens materiais vão fazer dela um exemplo de nobreza. A beleza, para mim, está na simplicidade. Seja sincero e verdadeiro e já terá conquistado um novo amigo: eu!

Paulo Pacheco é considerado um dos melhores DJs de House Music no Brasil, tendo conquistado este posto com anos de trabalho e dedicação. O negão é pura simpatia; quem o conhece sabe bem. Não faz o esteriótipo de “o intocável” como muitos sustentam ser ainda hoje – fora de moda.

Pacheco é um DJ com uma missão que promete não apenas ferver as pistas, mas também transmitir uma mensagem, uma idéia.

Em suas produções, Pacheco alia o respeito ao público com um balanço inconfundível e uma identidade marcante. Como um dos principais DJ´s da cena no Brasil, já dividiu as pick-ups com estrelas nacionais como Renato Lopes, Mau-Mau, Felipe Venâncio, Zé Pedro e os internacionais John Carter, Trajic, Tony Moran, Billy Carol, David Baena, Junior Vasquez, Peter Rauhofer, Manny Lehman, Abel e Dj Paulo. Fez a apresentação de abertura do show da Kristine W em São Paulo e quando em preparação para se tornar um DjProducer, remixou a ária Habanera da ópera Carmem, de Bizet.

Com 15 anos de experiência, Pacheco já soma participação nas maiores festas nacionais: Ibiza (Porto Alegre), Salvation (Sao Paulo), KALI*NATO (Sao Paulo, Rio and Belo Horizonte), X-demente (Rio and Sao Paulo), Revolution and Tea Dance (Rio), Toy and Disco Candy (Sao Paulo), Mercado Mix and Mix Bazzar (Porto Alegre). Em 2003 lançou seu próprio projeto chamado “Take it off”, em parceria com o Dj João Neto. Mais recentemente, Paulo Pacheco foi uma das estrelas do selo “The Week Export” em Barcelona, para o Circuit Festival 2010.

Atualmente Pacheco é residente da festa Babylon, da The Week- São Paulo, e é um dos melhores DJs da cena e considerado uma referência dentro da House Music no Brasil.

Parafraseando o Faustão diremos que este monstro sagrado nos concedeu uma entrevista que certamente será um divisor de águas para muitos amantes da música eletrônica, para DJ´s e todas as pessoas que gostam da boa música, com classe, estilo, garbo e elegância.

Confira a conversa que tivemos com Pacheco sobre Música Clássica e Música Eletrônica, já que há tantos por aí que defendem ferrenha e cegamente que a música eletrônica não passa de uma falta de compreensão do que é a arte musical. Enfim… atenção para a aula que o professor e DJ, Pacheco nos dá nas linhas a seguir. Divirtam-se, crianças!

PLUGtronic – A gente sabe que já há um tempo, vem surgindo mais e mais pessoas que se apaixonam pelo “DJ life style”. Você acha que só gostar de música basta para alguém querer ser dj?

Paulo Pacheco: Com certeza, não, Hector! Se fosse assim eu poderia pintar belos quadros, compor belas cançôes, fazer pratos deliciosos, etc e tal. Acho que tem de ter o “DOM”!

PLUGtronic – Acredita ser necessário formação musical para discotecar?

Paulo Pacheco: A formação musical, no caso, ajudaria mais no processo de produção musical.

PLUGtronic – Qual o maior desafio de um dj atualmente?

Paulo Pacheco: O maior desafio para um dj hoje na minha opinião é se manter longe desse caldeirão de falsos profissionais que invadem o mercado todos os dias. As pessoas acabam generalizando e nivelando todos por baixo. Não levam mais em consideração o histórico do profissional. Somos confundidos com traficantes. Se a policia pára você numa “blitz” e perguntam sua profissão, você já passa a ser tratado de outra forma. Seu carro será minuciosamente vasculhado e você revistado, por ser dj.

PLUGtronic – Como você escolhe as músicas que integram seus sets? Há algum critério sobre o estilo que irá remixar?

Paulo Pacheco: Eu escolho as músicas aleatoriamente. Simplesmente por gostar do que escuto, pelo produtor, pelo sêlo, por estilo, por ai vai. Sobre meus remixes… penso sempre na pista onde toco frequentemente. Foco neles e no que faz eles gostarem de uma faixa… os elementos que essa música contém.

PLUGtronic – Pensando como produtor musical, o que te faz incrementar suas produções com ritmos latinos, caribenhos e canções mais antigas?

Paulo Pacheco: Falando das influências, não são só latinas ou caribenhas. Tudo o que for percussivo me chama a atenção. Minha música, durante muitos anos, foi o house tribal. Na pista funcionava muito e era o tipo de som que mexia comigo. Era a minha verdade. Infelizmente, o house tribal teve um desgaste incrível. Os grandes produtores do gênero mudaram de estilo e novos produtores apareceram fundindo o velho tribal com sons de videogame e teclados vigorosos e barulhentos. Hoje em dia toco pouquíssimo o tribal house pelo qual fiquei conhecido. Mas continuo amando e procurando sempre faixas com uma percussão bem bacana. Quanto a músicas antigas isso não existe. A música para mim é atemporal. Música boa, não envelhece. Pelo contrário, rejuvenesce quando tocamos novamente… Surpreende! Posso brincar com ela ou trazer ela à tona num novo remix.

PLUGtronic – Acredita que as novas produções estejam nos levando a buscar a repaginação de clássicos antigos com os quais a pista responde mais positivamente a estas canções já que o desconhecido acaba gerando certo receio?

Paulo Pacheco: Uma vez clássico, sempre clássico. A função do dj é justamente educar. Mostrar o que há de novo e de clássico na música. Repaginada ou não.

PLUGtronic – De que forma a música clássica influencia seu trabalho? Quais seus compositores preferidos ou os que ouve com mais frequência?

Paulo Pacheco: A música clássica teve uma influência muito forte no meu interesse e conhecimento musical. Meu padrinho era um afixionado por Puccini, Brahms, Beethoven, etc. Eu fui aprendendo a ouvir e gostar de música clássica e óperas com ele. Você acaba reconhecendo nuânces de música clássica em diversas produções. Principalmente na época em que eu tocava Trance Music. De tanta influência na infância, acabei remixando Carmen, de Bizet. Escuto música clássica em momentos muito meus… quando estou só e tenho a necessidade de uma boa musica. Até porque, não é sempre que você está com alguém ao lado que goste de música clássica. (Aqui fazemos um adendo para dizer que Habanera e algumas outras produções alcançaram um patamar tamanho, que formaram um estilo próprio: o ópera-trance)

PLUGtronic – Costuma usar elementos instrumentais clássicos em suas produções?

Paulo Pacheco: Um dos elementos da música clássica que gosto muito e já utilizei em remixes meus, foi o violino. Acho um dos instrumentos mais lindos de se escutar. Me transmite ao mesmo tempo paz e excitação, dependendo da maneira que esta sendo tocado. Certa vez , toquei com um amigo violinista em uma festa do sêlo MAGMA, do produtor Marcelo Doon. Seu nome é Fábio Silva e ele foi incrível.

PLUGtronic – Qual sua opinião sobre a convergência da música clássica e eletrônica? Acredita que elas possam ser deturpadas na essência em razão dessa troca?

Paulo Pacheco: Não vejo porque a fusão do clássico com o eletrônico possa deturpar a essência de uma ou de outra. Projetos com o dj Mau-Mau , Anderson Noise, entre outros já fizeram essa mistura ao vivo em teatros e deu muito certo.

PLUGtronic – Qual artista e/ou obra clássica você incluiria em seus sets e por que?

Paulo Pacheco: Eu me atreveria a misturar eletrônico com Giuseppe Verdi. Sou louco por sua obra LA TRAVIATA (A Transviada – 1852). Escutava muito quando garoto. É uma ópera deliciosa inspirada na história da Dama das Camélias, do escritor francês, Alexandre Dumas.

PLUGtronic – E não podería perder a oportunidade de perguntar: Barcelona, e ai? Conta tudo!

Paulo Pacheco: Barcelona? Bom, foi fantástico! Nossa festa (BRAZIL – THE WEEK), foi um sucesso graças à Deus! O festival me deu a oportunidade, agora pela segunda vez, de estar mais próximo e estreitar o contato com os dj’s e produtores mais importantes do circuito gay. Ficar sabendo do que vem por aí e poder, derrepente, fazer parte disso tudo, foi muito importante para mim. Muito obrigado à THE WEEK , Manolo (MATINEÉ GROUP), fomos recebidos como nunca. Um muito obrigado especial as pessoas que seguem meu trabalho aqui e lá fora. Os brasileiros foram em grande número e fizeram a diferença. Muito obrigado!
PAULO PACHECO

Confira agora um dos trabalhos do nosso entrevistado. Esse set é um dos preferidos da galera da internet. E como nós somos muito legais, você também pode baixar aí no player mesmo.

E aí está o principal trecho da ópera La Traviata em uma encenação super modernista. Espero que gostem.

E aguardem… já estamos preparando mais duas entrevistas com dois dos empresários nacionais de maior sucesso da última década! E mais… já vou adiantar: o TOP DJ-Producer, Danny Verde (Itália) nos deu uma entrevista exclusiva. Aguardem… é muita coisa pra jogar no ventilador.

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