Tomorrowland Brasil – todos os detalhes e sets do festival que foi “a chave da felicidade”

Pelo segundo ano consecutivo, o festival belga Tomorrowland desembarcou no parque Maeda (com 1 milhão de metros quadrados) na cidade de Itu, interior de São Paulo. Dessa vez o tema escolhido foi “The Key of Happiness” ou, em tradução literal, “A chave da Felicidade” – anunciado após o encerramento da primeira edição em 2015 (longos 355 dias de espera) e rodeado de expectativa por quem foi e queria voltar, e por quem não foi e queria ter ido.

Main Stage

Superar a primeira edição que aconteceu no Brasil não parecia ser a coisa mais simples do mundo – primeiro porque “a primeira vez a gente nunca esquece”, e depois porque ver aquele livro, gigantesco, sendo folheado, conversando com o publico (e olhando pra gente), com os rostos dos DJ’s nas páginas é algo surreal – a TV não chega nem perto do que foi ver e sentir a coisa ao vivo – e o line-up do Main Stage (o palco principal) tinha tudo o que a grande massa que gira o eletrônico gosta: Hardwell, as irmãs Nervo, e, como Claudia Assef adoravelmente citou, o “pastor da Tomorrowland” David Guetta (foi ele que anunciou em 2014 que o festival viria ao Brasil). Ah, se você não leu o review do que rolou em 2015, clique aqui.

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A polêmica esse ano rolou desde o anuncio dos headliners (as maiores estrelas) do festival. Muita gente bateu o pé, e reclamou da ausência das estrelas do ano anterior, da não contratação de novos nomes, da rotatividade dos DJ’s (o brasileiro Illusionize tocou 3 vezes em 3 palcos diferentes por exemplo). Fato é que, quando se trata de um FESTIVAL o intuito também é trazer aos holofotes sons que são menos conhecidos, divulgados, ou simplesmente trazer novas oportunidades até quem, espontaneamente, não sairia do conforto do seu lar para escutar algo novo a seus ouvidos, e esse é uma das maiores funções do evento. No ano passado, por exemplo, me impressionou bastante gêneros opostos como o Patrick Topping, Andrew Rayel e o próprio Vintage Culture que fez, em fim de tarde de domingo, uma multidão se espremer, feliz da vida, num sol de rachar, no frame stage (o palco dos espelhos, situado bem proximo a entrada Oeste do festival).

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Houve alteração até na forma de pagamento esse ano: taxas foram inclusas sobre os tickets, porém, a forma de pagamento foi bem mais flexível, sendo que foi possível realizar o parcelamento em até 5 vezes sem juros no cartão de crédito. As moedas foram trocadas por comandas eletrônicas acopladas sob o logo do festival nas pulseiras de acesso ao evento, o que, poderia ser mais prático e seguro, porém, foi menos funcional: para pegar um drink no bar era necessário passar a pulseira no leitor digital, ver o saldo, esperar a pessoa registrar no sistema e ir buscar a bebida, para depois, confirmar o debito novamente na pulseira – o resultado foi, mesmo com inúmeros bares, filas com espera de até meia hora.

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Aliás, Tomorrowland não é só a “Terra do amanhã” já que sim, cenografia, pirotecnia, som, atuações, atrações, tudo funciona de forma profissional e especializada, no sentido mais concreto e estrito. Estamos falando de um lugar com UM MILHÃO de metros quadrados, onde é erguida uma cidade no meio do nada, em que gente acampa, os mais “afortunados” moram, muita gente trabalha duro pra fazer acontecer, e visitantes entram, e saem, durante os 3 dias de festival. Dá pra acreditar no tamanho disso tudo? Chega a ser surreal. Mesmo contando com detalhes, é dificil ter noção exata sem estar lá. Deus fez sua parte e é infinitamente generoso com brasileiro: também, pela segunda vez consecutiva, não caiu uma gota sequer de chuva do céu, sendo que, durante o dia, a temperatura média era de 30 graus, o céu estava limpo, sem nuvens e durante a noite, estrelado.

TML UP VIEW

Existe festival sem público? Obvio que não, e os mais de 100.000 brasileiros merecem as palmas (fora a galera gringa), já que são guerreiros – aguentar 5 dias no camping, 3 dias de festas que vão das 13 a 1 da manhã, mais a festa de boas vindas, a poeira do local (que atinge lugares que você nem imagina), o sol escaldante e o frio a noite não é pra qualquer metabolismo. Tem também quem vai e volta todo dia (como eu, que moro em São Paulo), e que bate ponto. Já nascemos preparados, afinal aqui é a terra do Carnaval. Ser feliz e guerreiro é algo que já está dentro de nós.

Dreamville antrance

Ir pela segunda vez não dá a mesma emoção de pisar pela primeira vez lá – os sentimentos são diferentes, principalmente porque a primeira coisa que acontece é comparar com a edição anterior. Realmente, o livro é algo imbatível, mas, chegar perto do palco, e ver todas aquelas engrenagens, funcionando perfeitamente, de uma ponta a outra, é muito “fora da curva”. O moinho de água, rodando sem parar, parecendo uma cachoeira, o nível de definição dos telões, os bailarinos pulando em camas elásticas (que pareciam flutuar a nossa frente). E claro, a personagem que conta a história (que poderia ser em português pra ajudar os brasileiros a realmente entenderem o tema) é uma animação nível Steven Spielberg – explicar o maquinário sob as bochechas dela nem cabe aqui, só vendo mesmo. Os cílios, o óculos de metal que fica na frente do telão (e só fica posicionado nos olhos em momentos específicos), faz pensar quem foi o gênio que teve a ideia e concretizou tudo aquilo. Sim, por que é um ser (ou uma equipe) muito evoluída pra pensar e colocar tudo em prática.

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A caminhada até o festival foi longa mesmo pra quem optou entrar pelo ponto de desembarque (focado a veículos que não ficaram estacionados, taxis). A opção mais cômoda era o transfer oficial, que era mais proximo ao portão de entrada sul. Eu fui de carro, de taxi, e de van, ou seja, utilizei as 3 rotas possíveis, e de onde o taxi pára, é bem longe mesmo! Mas quando você põe os pés lá dentro, aí, esquece fome, calor, cansaço – tudo isso é substituído por uma atmosfera leve, onde as pessoas se despem de preconceitos, e simplesmente estão interessadas em viver aquilo como uma experiência unica em suas vidas. O festival promete, e cumpre. O PLUR é real (sigla em inglês para paz, amor, união e respeito – que aliás, surgiu da cultura “rave” – termo que muitos produtores brasileiros insistem em vetar em suas festas devido à “conotação negativa”, dá pra acreditar? Repense).

by @Philippe Wuyts Photography

A primeira pista visitada foi a tenda vermelha, que ano passado foi palco da label de Hardwell. Neste ano, o Warung Beach Club, conhecido por ser um dos pólos de house music clássica foi protagonista no local, com um palco maravilhoso, e o som de Leo Janeiro & Leozinho (nomes novos para mim) foi sensacional. Tive que gravar e imediatamente enviar aos amigos que amam o gênero e deixa-los com água na boca. Pensa que lá é só EDM? Engano seu. Saindo de lá, fui ao Frame Stage onde o dj Adriano Pagani era o Super Incrível (sim, o desenho animado da Disney) – tocando o que o povo gosta, fez a galera se esgoelar cantando radio hits (ele é da paulistana radio Energia 97fm), e pular muito, mesmo com o sol alto na pista, deixando-a praticamente intransitável.

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Adriano Pagani

Em seguida a ele, foi a vez do colombiano Moska assumir as pick-ups. Tocou “baile de favela” em seu set, onde parecia chover gente pra dançar – música de brasileiro, por um colombiano, para gente do mundo todo. Mais que uma simples escolha, isso também demonstra o carinho que se tem com nosso povo – não é todo mundo que usa o seu tempo procurando algo que seja imediatamente assimilado por ser local – o habitual é preferir repetir as mesmas fórmulas exaustivamente usadas. Daniel Amézquita AKA Moska certamente ganhou muitos fãs e admiradores de seu trabalho após seu set.

Robin Schulz entrou no MainStage no fim da tarde, as 6 horas – quando fogos de artifício iluminam o céu, e todos os efeitos especiais, surgem. Schulz, como sempre, vem trilhando a passos largos, e a multidão em coro, reage a cada track (primeiro dia é sempre assim, tudo novo). Os primeiros acordes de “Sugar” – hit que conquistou todo o planeta e virou chiclete em grande parte das estações de radio – são entoados, a histeria é generalizada, e até quem não faz a menor ideia do que está falando, se rende a “Sugar, how you get so fly?“. A mágica acontece. Nesse momento as luzes do local se acendem, e parece que estamos, novamente, em outro festival. As arvores, dessa vez são iluminadas por lasers amarelos, e bolinhas de sabão estão presentes na área do globo do balcão de informações, nos bares do lado esquerdo do palco principal, dando mais veracidade ao “conto de fadas moderno” narrado no festival.

ROBIN SCHULZ
ROBIN SCHULZ

No palco dos livros, é dia de Full On by Ferry Corsten, nome bem familiar aos amantes de trance, que entra nos minutos finais da apresentação de cada artista, para fazer um back 2 back de 15 minutos, durante todo o dia (sim, das 13:00 até a 1:00, sendo que ele ainda fez um set sozinho das 22:00 ás 23:30). Quem está no palco é o colombiano Khomha, e muita gente, num palco entupido, dança num mega fervo – Corsten surge, e levanta poeira do chão, junto a Khomha. Tive o imenso prazer de realizar uma entrevista pessoalmente com Ferry Corsten, que é de uma simpatia e tem uma luz sem igual – mesmo com a minha mistura de nervosismo e ansiedade, o brilho daqueles olhos azuis faz qualquer pessoa se sentir bem – seus mais de 25 anos de carreira, 460 episódios de podcast, incontáveis horas tocando, produzindo, projetos com fenômenos como Tiesto, em nada o deixaram deslumbrado, arrogante ou com crise de estrelismo, muito pelo contrário. Seu “time” se mostra extremamente profissional na área que atua – e a entrevista na íntegra, você confere em breve em nosso site. Outra apresentação maravilhosa foi a do também veterano, Markus Schulz, americano parceiro de longa data de Corsten. Juntos, os dois possuem o projeto “New World Punx”, e, não a toa, Markus foi escolhido para anteceder a apresentação de Ferry no Full On – o pessoal ovacionava o tempo todo, puderam ver Markus Schulz, o “New World Punx” (no back2back), e Ferry Corsten num total de 3 horas. Também realizamos uma entrevista exclusiva  com o americano, que irá ao ar na próxima semana, após “Watch the World”, álbum que será lançado no próximo dia 29 de abril.

Markus Schulz & Ferry Corsten
Markus Schulz & Ferry Corsten

De volta ao palco principal, os responsáveis por fecharem a noite, foram, sucessivamente, o duo Axwell & Ingrosso – que colocaram uma track de bateria de escola de samba em seu set – mas sempre David Guetta é um dos headliners mais aguardados. Usando a mesma jaqueta camuflada de outras apresentações no país (a gente repara, viu?) o hitmaker, como sempre, declara seu imenso amor ao Brasil – “Estou no país que eu mais amo, na melhor festa do planeta” – e sob todo tipo de demonstração de carinho, gente umas sobre as outras, bandeiras de inúmeros países, estoura “Play Hard”, e de novo, a poeira sobe do chão batido de terra; canhões de nitrogênio, fogos de artifício, o pessoal pulando na área vip, nas mesas super vips, tudo acontece ao mesmo tempo; chega a ser difícil assimilar tanta informação junta.

https://soundcloud.com/ultramusicfestival2016/david-guetta-live-tomorrowland

Outra coincidência, dessa vez triste, foi que, mais uma vez, durante o dia de sua apresentação, perdemos uma grande estrela do pop: o americano Prince, um dos maiores influenciadores do gênero, faleceu no dia 21, supostamente por uma overdose causada pela mistura de vários medicamentos diferentes. Quando veio ao Brasil no inicio do ano, sua apresentação em São Paulo ocorreu no mesmo dia da morte de David Bowie, onde, então, tocou “We could be heroes” ao fim de seu show. Na noite do festival em Itu, a música escolhida foi “Kiss” de Prince, que, com certeza, em algum momento de sua vida, você já escutou.

No segundo dia, segundo especulações, aconteceu uma queimada em uma região próxima ao festival, que dificultou bastante o acesso, mudou rotas, e nos fez chegar um pouco mais tarde. Sunnery James & Ryan Marciano, dupla holandesa, como sempre (acho que nunca escutei um live set deles “mais ou menos”) foi uma das melhores apresentações de todo o evento, especialmente pela pegada tribal – fora o estilão do cabelo cheio de cachinhos e inconfundível de Ryan Marciano, sua marca registrada. Era um sinal de que a noite seria a melhor de todo o festival.

https://soundcloud.com/j0000014/sunnery-james-and-ryan

Corri de novo para o palco dos livros, que, na quinta – feira, já tinha outro nome: dessa vez, assinado pela Green Valley, trazia a label Protocol Recordings, sob a curadoria de Nicky Romero. Quem estava lá era o francês Arno Cost (que também entrevistei antes do festival, e está trabalhando em sua track “Coming Alive” que é simplesmente sensacional), e claro, teria que prestigiar. Mais uma grata surpresa. Com os olhos brilhando, ele não disfarçava a alegria em estar ali, e a pista respondia a altura, acenava e a todos os sinais ele respondia. Ao fim do set, visivelmente emocionado, fez um coração com as mãos – mais fofo, impossível. Volta Arno!

Arno Cost
Arno Cost

Vi a abertura do StadiumX – os rapazes são enérgicos – e passei pela tenda de Alok, a “Brazilian Bass”. Alok, não a toa, saiu de uma apresentação no meio da tarde da edição do ano passado, para outra as 7 da noite do primeiro dia do festival desse ano – e teve a responsabilidade ainda de assinar a tenda gigantesca no dia seguinte. Durante ambas as apresentações, provou que não está no topo do ranking por votação popular como o melhor DJ do Brasil a toa, sendo que arrastou uma multidão que se amontoou dentro e fora dela para vê-lo (no Main Stage foi a mesma coisa: gente de todos os cantos desciam a rampa correndo do Main Stage falando “É o Alok, é o Alok!”).

 

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ALOK

De volta ao palco principal, pego o fim da apresentação da dupla W & W, e que entra é Afrojack. Nick van de Wall, nome real de Afrojack, é aquele cara que toca, produz, faz fortuna com seu trabalho e emprega seu suado dinheirinho em sonhos de todo menino: segundo o site youredm.com, o holandês teria um Bugatti Chiron, avaliado em “apenas” US$ 2.5 milhões. Afrojack, como sempre, é um espetáculo que dança, canta, pula, gesticula, e claro, toca muito – Hey Mama, track que fez em colaboração com Guetta é um dos pontos mais altos da apresentação (mas não fale que ele faz EDM porque ele não gosta, ok?).

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Afrojack

Mas, como toda mortal, tenho minhas preferências ours-concours. Afinal, existe gente talentosa, iluminada, especial, que aprende, que ensina. E existe ARMIN VAN BUUREN, que é o ser intocado fora de toda essa realidade, e que nunca faz nada de errado. Ganhador por 5 vezes consecutivas de melhor DJ do mundo, chega a ser chato falar de todos os atributos de Armin – pra mim, ele é, dentro da música eletrônica (ao lado de Tiesto) a maior referência de toda via láctea; um amor assim, equiparável aos fanáticos por futebol sabe? Exposto isso, me limito apenas a colocar o set pra você curtir, porque se é bom gravado, ao vivo é a mistura de todas as boas emoções + os melhores amigos + os melhores efeitos especiais + o som + o melhor festival do planeta no Brasil + ARMIN = equação perfeita, sem possibilidade alguma de erro. “Heading Up High” faz arrepiar, e dá aquele nó na garganta. Não chorei, mas confesso que os olhos encheram de lágrimas – estava no segundo dia de festival, já haviam se passado mais de 20 horas, e o tempo, lá dentro, voa como num piscar de olhos, afinal, já estávamos próximo ao fim do segundo dia. E se ele é um time de futebol, o atual hino é “Another You” – e foi nele que minha voz praticamente foi embora (acho que me excedi na cantoria). Aliás, ARMIN, dá uma entrevista exclusiva pra gente? O Brasil te ama!

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ARMIN VAN BUUREN

Alesso foi o ultimo a se apresentar, também visivelmente emocionado (como todos nós que estávamos presentes na Maeda). Hits memoráveis como “Lose Yourself” e “Calling” obviamente não poderiam ficar de fora de seu show, e pra mim, que o ouvi ao vivo pela primeira vez (me julguem) foi, como todo adolescente fala, “Top”, “Vibe incrível”, com todos os confetes que isso merece. Mas ainda tínhamos uma grande surpresa.

MC Strech, o cara que faz as honras do Main Stage, anuncia que, pela primeira vez NA HISTÓRIA DO FESTIVAL teríamos o tempo esticado. Ninguém entendia nada; todo mundo se olhava e se perguntava o que estava acontecendo: eis que surgem no palco novamente as duplas Sunnery James & Ryan Marciano; W & W e Armin Van Buuren. Sabe quando você olha mas você não tem muita certeza se é verdade, se real, se é sonho, se você foi abduzido – era essa mais ou menos a sensação que todo mundo tinha quando eles surgiram lá na frente. Ainda sem acreditar, eu fui ficar bem na frente da pick-up, a poucos metros de onde estavam reunidos os 5 (também não sei como cheguei lá, mas cheguei) e quando a música estourou… Histeria, emoção, gritaria, pula pula, tudo ao mesmo tempo (e eu ainda boba com tudo que estava acontecendo). Os 55 minutos que sucederam-se ao anuncio foram, sem sombra de dúvidas, aquele tipo de memória que juntaremos os netinhos na sala quando estivermos bem velhinhos, pra contar com orgulho “Eu estava lá”. Foi épico, e se fosse o encerramento, seria o melhor dos mundos!

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A turma apoteótica da surpresa!
Entende porque é “The Key To Happiness” o tema?

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Chego ao terceiro dia, e no palco principal, quem se apresenta é Romeo Blanco, outro headliner que também tivemos a honra de realizar uma entrevista exclusiva antes do festival. E não se engane pelos traços delicados e o ar de menino dele: Romeo foi outra grande sacada dos organizadores do evento, ao o alocarem por 1 hora e meia, logo no comecinho da noite – apesar de ser um nome relativamente novo ao “povão”, colocou tracks que se alinharam perfeitamente durante toda a sua apresentação. Também é um entusiasta do Brasil, das “belas mulheres”, e disse ser sempre bem recebido por nós. Certamente estará escalado novamente no próximo ano, assim como aconteceu no ano passado e neste – além de ser muito elogiado pela pista, foi muito aplaudido também, e as pessoas que não o conheciam falavam “nossa, esse cara é muito bom!”.  Romeo, ao sair do palco, ganhou o carinho de muita gente, arrebatou muitos fãs, e certamente muitos elogios que ecoarão de forma positiva em sua vida.

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Romeo Blanco – o Brasil todo te abraçou!

O duo Blasterjaxx entrou em seguida, e mesmo sob o olhar duvidoso de muita gente, deram conta do recado, e não deixaram a pista esvaziar em nenhum momento.

Nicky Romero mais uma vez foi escalado para se apresentar também no ultimo dia, e entrou após o duo. Nicky é não só um habilidoso DJ, como também um produtor reconhecido especialmente pelos profissionais e estudiosos do gênero, já que tem habilidades como poucos (o que talvez, possa até ser chamado de “dom”) para a música eletrônica. Assina, além de hits como “I could be the one” e “Toulouse”, criou para as irmãs Nervo, tem a label Protocol Recordings (como já citado antes), e recentemente criou a ótima track “Future Funk”. Ja faz história, e foi outro grande momento da noite.

Steve Angello é, ao lado de Armin, o melhor do melhor que podemos presenciar – em 2015 encerrou o seu set ao som de “Children of the Wild” em um momento em que não pude conter as lágrimas. Neste ano, saiu completamente do óbvio ao fazer um set conciso, com clássicos, e musica para gente grande num palco onde EDM reina (para se ter uma ideia, em um dos dias, foram tocadas 5 versões diferentes de “How Deep is Your Love” de Calvin Harris no Main Stage); Steve é, num cenário tão saturado, fora da curva – e ele com certeza sabe disso. Assim como Armin (mas cada um no seu quadrado) também não é de falar, e sim de fazer. O cabeça do extinto Swedish House Mafia não saiu do projeto a toa; confia em seu taco e ponto.

Os responsáveis pelo encerramento foram os atuais “melhores do mundo” e residentes do festival Dimitri Vegas & Like Mike. Inspirados como nunca, subiram na pick ups (como sempre), interagiram com o publico, subiram na grade pra dar bebida pra galera, “desceram a mão, com porrada atrás de porrada” na nossa cabeça. São show men, são performers, e sabem como ninguém agradar. Também prestaram sua homenagem a Prince ao tocarem “Purple Rain“. E com eles, o sonho terminou.