Xxxperience Festival 17 anos • A experiência que merece ser vivida

Confira como foi a XXXPERIENCE 2013, que aconteceu no dia 16 de novembro na Arena Maeda, em Itu – SP, e teve um público recorde de 25 mil pessoas. O evento apresentou 42 atrações de música eletrônica. Nesse ano, os destaques foram Hardwell, Zedd e a dupla W&W, que levantaram o público durante seus sets.

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A Xxxperience Festival que comemorou 17 anos de existência com muita música eletrônica no dia 16 de novembro na fazenda Maeda, em Itu, interior de São Paulo, consolida-se como uma das principais festas do gênero em território nacional. A festa, que tem passado por remodelagens constantes, comprova mais uma vez que é possível investir em inovação sem perder a essência. A primeira grande virada foi no logo, que foi alterado ano passado, e as atrações, que eram dividas em dois dias e passaram para um dia novamente. Para se ter uma ideia, houve até uma transformação do logo atual, e do utilizado na comemoração de 15 anos:

Tradicionalmente trazendo grandes DJ’s da EDM (eletronic dance music), a “Xxxperience” tem em seu histórico Steve Aoki, Armin Van Buuren, David Guetta, Dimitry Vegas & Like Mike, Infected Mushroom, Sander Van Doorn, Calvin Harris. Nesse ano, a organização manteve a linhagem temática do ano anterior, porém sob o lema de “O Amor Contagia”. O artista Fabio Oliveira, conhecido como “Crânio”, foi o responsável pela assinatura criativa e colorida que fez toda a diferença no festival, especialmente pelas cores vibrantes e fortes, e por sua criatividade em si. Dentre os destaques, um boneco em forma de índio azul gigante (personagem criado por ele, que personifica de forma única o Brasil). Aberto para a compra de ingressos desde o meio de 2013, os principais nomes foram concentrados no palco “Love Stage”, como Zedd, Kaskade, TJR, W&W, Yves V. E em outubro, veio à consagração de um dos Headliners já confirmados: Hardwell, por votação popular através da revista DJ Mag inglesa, foi escolhido o melhor DJ do mundo, desbancado gente como Tiesto, Avicii e Armin Van Buuren. Era a combinação perfeita. O festival, dividido em 4 palcos e contando com mais de 40 atrações, foi iniciado ás 20:00, já com muita euforia do lado de fora da Arena Maeda. Gente de diversas partes do Brasil estavam presentes, esparsas pelas 3 entradas. A segurança era reforçada, e a entrada foi relativamente rápida quando cheguei. Na parte interna do evento, além dos 4 palcos, também havia a loja oficial do evento, que trazia camisetas, óculos, mochila, boné, copos, isqueiros e squeezes personalizados com o logo da festa (não resisti e comprei o boné lindo, todo preto, com logo colorido); uma praça de alimentação montada contava, entre outras opções, com uma tenda do Bob’s, afinal, aguentar uma festa que começa as 20:00 de sábado e terminaria ás 12:00 do domingo não é pra qualquer um.

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As 20:00
pontualmente o DJ Wesley Rushel já deu uma previa sobre o que nos esperaria no “Love Stage”. O palco, aparentemente mais estreito e mais alto do que a edição anterior era lindo em todos os detalhes, desde o telão, a iluminação, as cores, a disposição dos amplificadores e – pasmem – até a parte de trás dele era bonita (nada de gambiarras, amontoados de fios e afins). Como você pode ver, a imagem era de encher os olhos.

Diferente de outros festivais, a preocupação estética foi uma constante nessa edição, pois além dos palcos serem lindos, era claro que havia uma constante em que o evento não fosse apenas um conceito, mas sim uma experiência sonora e sensorial, cuja abrangência era grande, justamente para agradar os mais diferentes tipos de pessoas. Cores vibrantes e formatos exóticos eram presença ativa (como não amar o simpático “Peixinho” que nos recepcionava, as cores da tenda do backstage, a psicodelia do “Peace Stage”, ou o túnel em preto e branco atrás do DJ que compunha um efeito simples e incrível).

As 22:00 o carioca Marcelo Cic (alçado a pouco tempo a residente do club catarinense Green Valley) entra no palco principal cheio de energia. Interagindo o tempo todo com o publico, Marcelo tocou tracks que faziam com que a galera, que nessa hora, já ocupava grande parte do local, pulasse e gritasse freneticamente.

23:30 entra o trio MNA (live), composto pelos DJ’s Viktor Mora, Naccarati e o VJ Axell. Nada do que for descrito aqui pode se comparar ao que é ver os três brasileiros em ação – a música, além de estar em perfeita sincronia com a iluminação, também é acompanhada pelos vídeos que rolam no telão principal, com letras de músicas e imagens incríveis. Tudo isso ao vivo. É extasiante; algo de deixar qualquer um que de boca aberta, e principalmente, orgulhoso, pois como disse anteriormente, o trio é brazuca – e eles são a atração que apenas antecedem o “melhor DJ do mundo”. A programação do line up não poderia ser mais acertada.

A 00:58 o telão registra o holandês abaixado, aguardando sua entrada, e fazendo os últimos ajustes. Pontualmente a 01:00, Hardwell levanta-se, e enfim, inicia seu espetáculo. Fogos de artificio são disparados e o nome dele, dentro de uma bola que surge em vários tons rosados, surge no imenso telão. Gente de tudo quanto é lugar, se amontoa da frente do palco. Todo mundo pára pra vê-lo. E a explosão, numa fração de segundos, acontece. O povo pula, dança, grita, bate palmas. Bandeiras aparecem, o lema “Go Hardwell or Go Home” estampa tudo. Está todo mundo, ao mesmo tempo, no mesmo lugar, alucinado, enlouquecido com aquela pessoa aparentemente pequena e magra, que é ovacionado a cada palavra que pronuncia, e prova ser um verdadeiro gigante no palco. Mesmo que porventura não tivesse feito nada ele já teria ganho a simpatia da plateia toda, pois usou a camiseta da seleção brasileira, com seu nome escrito na parte de trás. Mais delicado e simpático, impossível. “Spaceman” é o tema da abertura, e os lança-chamas que estão na frente dele fazem os 40º do Rio de Janeiro serem absolutamente nada perto do calor, da vibração das pessoas, dos sorrisos estampados em seus rostos, e o brilho em seus olhos. E quer saber? Tudo isso não chega aos primeiros 5 minutos do show. O que virá a seguir, apenas é consequência. E todos os clichês clássicos, como o “What’s up Xxxperience?” soam como algo fantástico e muito mais alto do que o volume do som, que já é ensurdecedor. Todo mundo fala ao mesmo tempo que ele é bom, ele é demais, ele é “o cara”, e a galera canta todas as músicas, inclusive a faixa mais recente “Dare You”. Durante a uma hora e meia em que esteve no Love Stage, nada nem ninguém ficou parado, e o mar de gente, visto de cima, comprova mais uma vez que o calor do brasileiro é inigualável, e justamente por isso, faz com que tantos artistas internacionais declarem sua paixão pela nação.
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As 02:30, Zedd (que já havia se apresentado no ano anterior por volta das 07:00 no segundo dia do festival) assume o comando das pick-ups – e como não amar suas batidas e sua track chiclete “Clarity”? Sucesso garantido, e com certeza, arrastado por muito mais fãs que perguntavam quem era ele.

4:00 é o momento da dupla W&W, composto por Ward van der Harst and Willem van Hanegem. O duo, que formou-se em 2007, tem suas tracks com influencias de house progressivo, electro, trance, e deixam a vibração tão intensa que, vista ao longe, o palco parece tremer. Eles puxam os espectadores eufóricos o tempo todo, pulam ao lado da pick-up, em cima do palco. Projeções ótimas, mostram um bebe em preto e branco dançando, ao som de “Lift Off”, faixa que já teve versões remixadas nos quatro cantos do planeta. Quem nunca viu falar deles, se pergunta da onde são e quando voltam, afinal eles fazem todo mundo dançar junto.

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5:30 é a vez de TJR. O americano, que tem um semblante calmo e tranquilo toma seu posto com versões fortíssimas que contrapõem sua aparência. É um dos mais simpáticos da noite, e mostra-se realmente encantando com tudo o que presencia – a vista é incrível, pois o céu vai dando os primeiros tons do dia que está nascendo, e o público não parece demonstrar qualquer tipo de cansaço. Umas das tracks finais escolhidas é “Lose Myself” de Alesso com One Republic, e como sempre, a gritaria é geral.

7:00 então, Kaskade sobe ao palco. Começa a chover (chuva esta que, pelo Climatempo, estava prevista para 3 dias antes, mas como o próprio nome diz, “PREVISÃO” é algo que, definitivamente, não é certo). E o pessoal, não está nem aí! Pegam capas de chuva, enrolam-se em casacos, cangas, ou dançam na chuva mesmo. Kaskade toca muito, e prova que além de um ótimo DJ, também tem produções, que mesmo com muita chuva, não são capazes de desanimar ninguém. “Atmosphere” embala todo mundo, e claro “Young n Beautifull” de Lana Del Rey, ecoam na Maeda. Próximo das oito da manhã, sinto que já está na hora de eu ir embora, afinal as 12 horas dentro da Arena já resultam em pernas que pesam uma tonelada cada, e a voz… Ah, pra que voz?
Passo no Peace Stage, e consigo ainda pegar alguns minutos de Talamasca. O que eu achava que era vibração, não se compara nem de longe ao que acontece no palco recheado de cores – ali o pessoal dança MESMO! Mais uma vez não acredito que já se passaram 12 horas de festival quando Neelix assume, e o som leva todo mundo ao êxtase!

Aguento ainda mais uma hora. As 9 da manhã, me despeço do local, e nessa hora, tudo parece estar a quilômetros de distancia, mas a sensação de que valeu a pena, é assunto de 100% das conversas que acontecem no estacionamento local. Pergunto á equipe o que acharam da festa, e chego à conclusão de que não há melhor descrição do que o próprio nome – hoje a “Xxxperience Festival” faz jus ao nome escolhido. Deixa de ser uma festa em que amigos se reúnem, e vai muito além disso. Vai além da estética, das cores, e do preciosismo com os detalhes; das torres gigantescas com amplificadores milimetricamente posicionados; entende o que queremos, o que não queremos, onde queremos e do jeito quer queremos; assume a individualidade o público e investe em conteúdo, temática, linearidade e conjuntamente consegue atender de forma singular sem perder a sua essência. É, de forma real, concreta um festival de excelentes experiências.


Crédito das imagens: “I Hate Flash” e “Ariel Martini Fotografia”.